Teste rápido para Estreptococos para faringoamigdalite: quando devo usar?

Caxumba

Teste rápido para Estreptococos para faringoamigdalite: quando devo usar?

A inflamação da mucosa faríngea e das estruturas da garganta é conhecida como faringoamigdalite. Dentre as causas infecciosas, os vírus são os mais comuns em crianças e pré-escolares, sendo o adenovírus e vírus sincicial respiratório os mais prevalentes, em 27 e 21% dos casos, respectivamente.

O Streptococcus pyogenes, ou Strepto do Grupo A de Lancefield, é a etiologia bacteriana mais importante e está presente em 20-30% das crianças com faringite. Ele é raro em menores de 3 anos e tem seu pico de incidência entre 5 e 11 anos. 

E quais são as manifestações clínicas associadas à amigdalite viral e amigdalite bacteriana?:

Na amigdalite viral, a faringite está  associada a rinorréia, tosse, rouquidão, diarréia, conjuntivite, vesículas em orofaringe.

Já na Amigdalite estreptocócica, observa-se início abrupto de dor de garganta associada à febre, rash escarlatiniforme, vômitos, petéquias em palato, exsudato em orofaringe, linfonodomegalia cervical. Sintomas tem pico com 3 a 4 dias de evolução, e se resolvem ou melhoram significativamente com 7 dias.

Como nenhum sintoma ou sinal isoladamente se configurou em um bom preditor para dizer se uma faringoamigdalite é bacteriana, alguns autores propuseram a combinação de sinais e sintomas para aumentar o grau de predição clínica. Surgiram assim, os scores clínicos que são adequados para excluir a amigdalite estreptocócica e reduzir a prescrição desnecessária de antibióticos. Os mais usados e validados são o Escore de Centor e o de McIssac (figura 1).

Nenhum deles pode ser considerado definitivo para confirmar o diagnóstico, mas eles podem nos auxiliar quando combinados com a estratégias dos testes rápidos. 

O que é o teste rápido (TR) de estreptococo?

É baseado na pesquisa enzimática do antígeno do estreptococo nos esfregaços na garganta. A coleta pode ser desafiadora, pois a amostra deve ser obtida por swab vigoroso das amígdalas e da faringe posterior, devendo ser movido para dentro e para fora da boca sem tocar a língua ou a mucosa bucal do paciente. 

O teste rápido tem alta especificidade ( ≥95%), colaborando para confirmar a infecção se o resultado for positivo. 
E tem baixa sensibilidade (70% e 90%), o que não exclui infecção se negativo. 

Apesar de ser uma boa ferramenta diagnóstica, ele deve ser analisado com cuidado por dois motivos:

  1. Seu resultado não é capaz de diferenciar colonização de infecção e 5 a 21% das crianças entre 3 e 15 anos de idade são portadores de Strepto A em orofaringe.
  2. TR negativos não excluem a infecção e por isso, todos os protocolos indicam que seja realizada cultura de orofaringe antes de descartar a infecção, o que pode atrasar o diagnóstico e aumentar seus custos.

 

Dessa forma, devemos avaliar o cenário em que nos encontramos e pesar os prós e contras, custos, valores e preferências dos pacientes, antes de da indicação do TR, lembrando sempre que uma observação vigilante também é uma boa estratégia para a condução dos casos onde houver dúvida diagnóstica.

Quer saber mais? Acesse o protocolo Manejo Da Faringoamigdalite Bacteriana Aguda Na Criança E No Adolescente, elaborado por membros na nossa equipe! (link:
https://prefeitura.pbh.gov.br/sites/default/files/estrutura-de-governo/saude/2021/colaborativo_faringoamigdalite_crianca_adolescente-19-11-2021-rafael.pdf)

E vem conosco na mentoria de uso assertivo de antibióticos.

Link da lista de espera.

(https://subscribepage.io/Infectopediatria)

Fonte: Uptodate e Dynamed acesso em abril de 2023.

 

 

 

 

 

 

Gostou? Compartilhe nas redes sociais

Entre em contato

Se você tem dúvidas ou gostaria de oferecer uma sugestão, entre em contato.

Copyright © 2022 - Infectopediatria
Política de Privacidade & Termos de Uso