Será que as fluoroquinolona são seguras em crianças: Devo usar?

Quinolona

As fluoroquinolonas são antibióticos altamente eficazes com muitas vantagens farmacocinéticas, incluindo alta biodisponibilidade oral, grande volume de distribuição e atividade antimicrobiana de amplo espectro. Seu mecanismo de ação é a inibição inibe da síntese do DNA bacteriano.

Entretanto, esses antibióticos apresentam risco de efeitos adversos (por exemplo, infecção por Clostridioides difficile, tendinopatia, neuropatia) e apresentam múltiplas interações medicamentosas.

Assim, o uso de fluoroquinolonas é normalmente reservado para casos em que os benefícios suplantam claramente os riscos.

Em pediatria, não é primeira escolha de tratamento para a maioria das infecções comuns na infância.

A Academia Americana de Pediatria publicou em 2016 as indicações precisas do seu uso:

  1. Exposição a Anthrax
  2. ITU por aeruginosa multi-resistente
  3. Otite crônica por aeruginosa
  4. Osteomielites aguda ou crônica por aeruginosa
  5. Infecções gastrointestinais causadas por Shigella, Salmonella e cólera.
  6. Infecções por gram negativos em pacientes imunossuprimidos
  7. Infecções por micobactérias
  8. Infecções pulmonares em pacientes com fibrose cística.
  9. Infecções graves em crianças com história de alergias aos ATBs convencionais.

Fonte: Academia Americana de Pediatria 2016

Mas e o crescimento? Pode alterar a cartilagem de crescimento?

Artropatia com erosões de cartilagem de crescimento e efusões não-inflamatórias ocorrem nas articulações de sustentação de animais que receberam quinolonas. A experiência com o uso de quinolonas em crianças aumentou, particularmente em crianças com fibrose cística que receberam ciprofloxacino. Os dados de ensaios clínicos disponíveis sugerem que os eventos musculoesqueléticos adversos são geralmente leves, não de longo prazo e reversíveis. Estudos para identificar dano subclínico da cartilagem por ressonância magnética das articulações de crianças também foram negativos.

Portanto, é razoável usar uma fluoroquinolona sistêmica em crianças quando não existe alternativa segura ou eficaz ou quando a terapia parenteral pode ser evitada usando uma fluoroquinolona oral.

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